Nossa mediadora foi Adriana Martinez, que trabalhou a dicotomia nascer - morrer, matar - viver com uma leitura nietzschiana.
Para continuar, amigos fizeram leituras de suas reflexões sobre o processo de nascer e sobreviver, criar novas vidas, o sexo, a relação com o outro e com nós mesmos. Para ilustrar o tema foram construídas, sobre dois manequins, duas vidas que se interligavam pelo mesmo tecido.
Para quem não foi e, para aqueles que foram e ainda trazem emoções dentro de si que queiram compartilhar, façamos o nosso sarau on-line. Deixo um fragmento de Nietzsche para iniciar essa conversa.
Nietzsche. Humano, Demasiado Humano.
O que você pensa? Qual sua percepção sobre o NASCER?
Esperamos seus textos, imagens, músicas e vídeos para continuarmos essa conversa que não merece morrer por aqui, deve caminhar e renovar dentro de nós todos os dias.
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ResponderExcluirAbraços
"... o nascer, crise e oportunidade num só ato, é a primeira estação de uma paixão mais ou menos extensa.
ResponderExcluirNos ocupamos, vida a fora, de engendrar projetos - de nós mesmos? - a fim de fazer nascer e renascer, continuamente, inventando 'um arrevesado sentido para a existência'".
" Existir é expandir-se. E nascer é o primeiro grande evento na vida de qualquer um, aquele que inaugura nossa vocação de viajantes. Cortado o laço umbilical, somos arremeçados a um outro espaço-tempo, um território de existencia, onde encarnamos e com o qual vamos construindo sucessivas paisagens subjetivas. E nessa vida-viagem, a que estamos atrelados, experimentaremos com certeza ora situação de extrema leveza, ora de inigualável peso." (Preciosa,2007)
ResponderExcluirEu nem fazia questão de nascer!
ResponderExcluirBastava o conforto do éter
O temor do desconhecido
Mas a natureza se impôs
a semente eclodiu
e se eternizou em frutos
"Quem quiser nascer tem que destruir um mundo; destruir no sentido de romper com o passado e as tradições já mortas, de desvincular-se do meio excessivamente cômodo e seguro da infância para a conseqüente dolorosa busca da própria razão do existir: ser é ousar ser."
ResponderExcluirDemian - Hesse, Hermann
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirnascer, nasceres
ResponderExcluirnascer não é singular... embora cada nascer seja singular ao seu ser
nasce-se a todo momento e acaba-se a todos eles
nasce-se cada vez que se vê como nunca se viu antes
nasce-se cada vez que se olha algo como nunca se olhou antes
nasce-se cada vez que se é olhado como nunca o foi antes
nascer é olhar,
nascer é ser olhado
nasce-se cada vez que se toca como nunca se tocou antes
nasce-se cada vez que se sente como nunca antes
nasce-se cada vez que é tocado como nunca o foi antes
nascer é ter sentido
nascer é ser sentido
nasce-se cada vez que se aspira como nunca o fez antes
nasce-se cada vez que se cheira como nunca antes
nasce-se cada vez que é cheirado como nunca o foi antes
nascer é cheirar
nascer é ter seu cheiro sentido
nasce-se cada vez que se escuta como nunca antes
nasce-se cada vez que se ouve algo como nunca se ouviu antes
nasce-se cada vez em que se é ouvido como nunca o foi antes
nascer é ser todo ouvidos
nascer é ser ouvido
nasce-se cada vez que se degusta como nunca o fez antes
nasce-se cada vez que se saboreia algo como nunca antes
nasce-se cada vez que é saboreado como nunca o foi antes
nascer é degustar
nascer é ser saboreado
nasce-se a cada vez que se pensa, se fala, se...
Muita fluidez?
É que esses nasceres acabam de nascer
e nascer é assim, informe
melhor o tempo, os tempos, esses sim, vão moldando, dando forma
não... melhor nascer mesmo,
não... melhor nasceres mesmo
NASCER
ResponderExcluirQuem nasce corta um fio material, aquele que o liga à mãe. Sangra, dói um pouco. Em seguida ganha-se de presente infinitos fios invisíveis que facilitarão o estar vivo, estar em contato, construindo a si mesmo e ao outro num processo de trocas.
Não importa para quê se está nascendo, nascer quer dizer relacionar-se, estar com o outro.
Nascer é ter a oportunidade de ser e de construir, emaranhar, tecer...