Já há alguns anos que tenho trabalhado com moda. Antes dessa área, porém, os primeiros ensaios que se voltavam para a área do vestir estavam mais próximos do figurino, muito em função de minhas atividades ligadas às artes cênicas, inicialmente o teatro e a dança na sequência.

Pensar o figurino de um espetáculo antecede, assim, a minha atuação como designer de moda. E para mim sempre ficou claro que entre palco e rua há distâncias consideráveis que devem ser observadas. Cada um destes segmentos deve ser tratado de acordo com suas especificidades.

É claro que tanto o figurino quanto a moda lidam com o mesmo suporte, ou seja, o corpo, para que uma peça de roupa de uma coleção ou o figurino ganhe sua expressão.

Em ambas usa-se o tecido como matéria prima, mas no caso do figurino nem sempre este é o único material. Na verdade, para este segmento a busca por diferentes materiais é uma característica muitas vezes necessária para que o resultado em cena – o palco – obtenha o efeito desejado. No caso da moda o seu palco principal são as ruas e o uso no ambiente urbano requer algumas regras.

Como se percebe, as áreas de aproximação são menores do que se possa pensar. Um pouco sobre isso e um pouco sobre referências importantes para a realização de um figurino e sua representação no espaço cênico será tratado no curso FIGURINO: REFERÊNCIAS E REPRESENTAÇÃO, que acontece de 10 a 12 de Julho na CASA3, quando outras ideias poderemos trocar a respeito deste elemento tão importante para a realização de um espetáculo.

Grande abraço,

Geraldo Lima